Um campo de concentração a 200 km de Belém. Confinamento forçado em um lugar onde só se chegava pelo Rio e sob forte vigilância da Delegacia especial de Segurança Pública e Social. Um lugar onde os presos eram escolhidos por sua nacionalidade. Japoneses, alemães e Italianos, inimigos aliados na Segunda Guerra na desconhecida História do Campo de Concentração de Tomé Açú.
O Campo ficava na bacia do rio Acará. Antigo núcleo de imigração japonesa de 1929, viu a realidade mudar após o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e os países do Eixo.
Em 29 de janeiro de 1942, a colônia passou a receber especial atenção dos serviços policiais, pois, segundo Salvador Rangel de Borborema, Chefe de Polícia do Pará, ali estava um dos maiores centros de “súditos do Japão”. Em dezembro de 1941, Olavo Mamede da Costa havia assumido o posto de delegado de Polícia da região.
Para lá também fora enviado “um destacamento de cinco praças, sob o comando de um Cabo, devidamente armado e municiado”. Os japoneses tiveram armas recolhidas pela Delegacia Especial de Segurança Pública e Social e alguns meses mais tarde, a região foi transformada pelo governo em campo de concentração para os imigrantes japoneses que lá residiam, acomodando também dezenas de japoneses de outras regiões do Estado e mesmo alemães e italianos vindos do sul.
Segundo Borborema, a polícia constatou que muitos do japoneses que viviam no Estado estavam imigrando na condição de agricultores e lá viviam “humildemente, como vendedores ambulantes, etc. ”, mas no entanto, teria se descoberto na residência de alguns deles, a partir de buscas e investigações policiais, que esses japoneses eram “médicos, engenheiros e oficiais das forças armadas nipônicas” e, por esse motivo, foram detidos e enviados para Tomé-Açú.
A posição geográfica era ideal para a finalidade de confinamento, visto que a região, cercada por densa floresta, tinha na via fluvial o único meio de acesso. Até 1945, os internos viveram sob a vigilância das autoridades brasileiras que impunham sérias restrições ao seu cotidiano.
Em 10 de outubro de 1942, Haraldi Sioli, zoólogo alemão de 32 anos, chegou ao local como prisioneiro. Em 17 de outubro, vieram 28 alemães que deveriam ficar internados junto com os japoneses. Segundo o Chefe de Polícia do Pará, eles foram presos em nome da segurança e dos interesses nacionais – eufemismo para nazista ou espião.
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Fonte: Prisioneiros de Guerra – Os “Súditos do Eixo” nos campos de concentração brasileiros (1942-1945) – Editora Humanitas – São Paulo – 2010 em http://migre.me/hofvw
O Campo ficava na bacia do rio Acará. Antigo núcleo de imigração japonesa de 1929, viu a realidade mudar após o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e os países do Eixo.
Em 29 de janeiro de 1942, a colônia passou a receber especial atenção dos serviços policiais, pois, segundo Salvador Rangel de Borborema, Chefe de Polícia do Pará, ali estava um dos maiores centros de “súditos do Japão”. Em dezembro de 1941, Olavo Mamede da Costa havia assumido o posto de delegado de Polícia da região.
Para lá também fora enviado “um destacamento de cinco praças, sob o comando de um Cabo, devidamente armado e municiado”. Os japoneses tiveram armas recolhidas pela Delegacia Especial de Segurança Pública e Social e alguns meses mais tarde, a região foi transformada pelo governo em campo de concentração para os imigrantes japoneses que lá residiam, acomodando também dezenas de japoneses de outras regiões do Estado e mesmo alemães e italianos vindos do sul.
Segundo Borborema, a polícia constatou que muitos do japoneses que viviam no Estado estavam imigrando na condição de agricultores e lá viviam “humildemente, como vendedores ambulantes, etc. ”, mas no entanto, teria se descoberto na residência de alguns deles, a partir de buscas e investigações policiais, que esses japoneses eram “médicos, engenheiros e oficiais das forças armadas nipônicas” e, por esse motivo, foram detidos e enviados para Tomé-Açú.
A posição geográfica era ideal para a finalidade de confinamento, visto que a região, cercada por densa floresta, tinha na via fluvial o único meio de acesso. Até 1945, os internos viveram sob a vigilância das autoridades brasileiras que impunham sérias restrições ao seu cotidiano.
Em 10 de outubro de 1942, Haraldi Sioli, zoólogo alemão de 32 anos, chegou ao local como prisioneiro. Em 17 de outubro, vieram 28 alemães que deveriam ficar internados junto com os japoneses. Segundo o Chefe de Polícia do Pará, eles foram presos em nome da segurança e dos interesses nacionais – eufemismo para nazista ou espião.
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Fonte: Prisioneiros de Guerra – Os “Súditos do Eixo” nos campos de concentração brasileiros (1942-1945) – Editora Humanitas – São Paulo – 2010 em http://migre.me/hofvw
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