A desconhecida história de um bairro que nasceu por estar tão longe do centro que permitia a segregação dos leprosos, quase amaldiçoados por toda uma sociedade. Lugar quase maldito, abrigou hospitais para infectoconstagiosos e cemitérios para deixar longe do cidadão saudável, as mazela das pragas que assolavam a Belém do século XIX. Quem diria que o populoso bairro do Guamá, nasceu a partir de um Leprosário.
Em 1755 a fazenda Tucunduba foi comprada pelos padres mercedários. Em 1794, foi doada a Santa Casa, depois da expulsão dos religiosos pelo Marquês de Pombal. No início do século XIX, nascia um abrigo para os hansenianos que se misturavam com a população sadia da capital. Era o primeiro leprosário da Amazônia: o “Hospício dos Lázaros do Tucunduba”.
Durante o século, foi preferencialmente, o abrigo escravos que contraiam lepra e eram abandonados nas ruas pelos senhores escravistas do Grão-Pará. A predominância escrava entre os leprosos do Tucunduba também pode ser constatada na lista de enfermos de 1854, ano em que, dos 74 recolhidos, 62 eram escravos, doença fortemente associada a condições sociais e higiênico-sanitárias desfavoráveis.
Como os negros ficavam excluídos da rede de solidariedade que tentava tratar enfermos brancos, acabavam confinado e condenados a este isolamento.
Reformado por Antônio Lemos em 1905, tentava deixar o espaço mais confortável para evitar a fugas constantes dos doentes, já depois do fim da escravidão. Mas a tentativa não apagou a fama de ser a “sala de espera da morte”, em jornais, artigos médicos e científicos.
O Guamá por estar distante e isolado do centro da cidade na época, era o lugar ideal para o “depósito de lixo social”, ou seja, um espaço que abrigaria pessoas consideradas indesejáveis, maléficas e inúteis á sociedade.
O “Hospício dos Lázaros do Tucunduba” existiu até 1938. Mas o Guamá abrigava mais Três hospitais de isolamento, os Hospitais: Domingos Freire, São Sebastião e São Roque (que se transformaram no hospital Universitário João de barros Barreto, para tratar doenças infectocontagiosas como varíola, febre amarela e tuberculose.
Além de hospitais de isolamento, no Guamá localizavam-se três cemitérios: um pequeno campo-santo, construído próximo ao Leprosário do Tucunduba, que servia para os enterramentos dos internos, desativados em 1887 o cemitério de Santa Isabel, inaugurado em 1878 e o cemitério da Ordem Terceira de são Francisco (1885) em frente ao Santa Isabel.
O isolamento foi gradativamente sendo eliminado com a ampliação da cidade e com o bairro ficando mais perto, manter a colônia era perigoso demais.
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Colaboração: José Maria Junior - Leia artigo em http://issuu.com/belemantiga/docs/asilo_do_tucunduba/0
Fontes:
http://www.padredanieledasamarate.it/brasil/daniel12.htm
http://www.readcube.com/articles/10.1590/S0104-59702012000500009
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702012000500009&script=sci_arttext http://trabalhosgratuitos.com/print/Fichamento-Livro-Entre-Dois-Tempos/101044.html
17 comentários
Clique aqui para comentáriosSempre tive a impressão do bairro do Guamá ja ter cido e ainda é importante em Belém.
ResponderPelo fato do cemitério Santa Izabel ser o mais antigo de Belém.
Gostei dessa história. Agora me orgulho ainda mais de ter vivido nele. Apesar da teiste história.
Continuam colocando loucos aqui no guamá, mas dessa vez os mesmos precisam fazer uma prova pra poder entrar. O hospício se chama UFPa, onde com grande tristeza a filha de uma professora da rede particular teve que voltar pra casa, pois não teve aula. (este comentário contém ironia)
ResponderA criatura cita o texto, como algo aterrador. Infeliz! Seu texto seria mais interessante somente pelos fatos históricos que são comuns no desenvolvimento das cidades até mesmo nos dias de hoje se hoje! Contudo, valeu pelo cunho histórico que apenas denota superação!!!
Responderalguém sabe onde exatamente está localizado o cemitério de campo-santo? Uma observação a um comentário, o cemitério de santa izabel não é o mais antigo de belém, ele é o mais antigo em funcionamento sim mas não o mais antigo... só para deixar claro, o bairro ainda contem inúmeros leprosos mas hoje eles são conhecidos como "malacos"...
ResponderFalar deie é facil, amo
ResponderEu adoro o blog e os fatos históricos! Adoro demais! Mas tomem cuidado com alguns erros de pontuação, eles interrompem a fluidez da leitura. No mais, meus imensos parabéns a vocês!
ResponderHistória é história! Só fiquei curiosa para saber onde ficava exatamente o hospício... O que tem no local hoje? Parabéns!
ResponderO mais antigo ainda existente em Belèm é o Cemitério da Soledade, no centro!
ResponderÉ só lê o texto e nele ve que esta escrito que o leprosário ficava a obde é hohe o hospital Barris Barreto.
ResponderTenho orgulho de ser Guamaense
ResponderGostaria de mais informações sobre o cemitério Santa Isabel?O que era antes de ser o cemitério,pq o nome Santa Isabel?
ResponderNa verdade,o mais antigo é o Cemitério dos Protestantes,que fica na frente do da Soledade e ao ladol do dos judeus,quase imperceptível. Ele é bem pequeno mesmo,ele fica dentro do terreno de uma igreja protestante. Ele data de 1830,por aí.
ResponderO que era o cemiterio santa isabel antes de ser cemitério?
ResponderHoje da invasão riacho doce
ResponderAmigo o criterion do leprosario ficava onde e a rua augusto correa tenho um maps que indica Tudor
ResponderO portao do leprosario ficava Na frente do colegio Paulo maranhao onde existia o reFormatorio Santa teresinha onde ficava as criancas nascidas no tucunduba o muro comecava Na rua passagem alegre ate o Rio tucunduba o cemiterio ficava Na rua augusto correa
ResponderO cemiterio Santa Isabel era o inicio da a fazenda do tucunduba e foi fundados em 1887 em homenagem a princesa Isabel
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