Eles estão na sua vida há 200 anos. São responsáveis por grande parte do desenvolvimento econômico de Belém e pela existência de dezenas cidades no interior amazônico. Você nem sabe que ele existe, mas pode ser que o seu bisavô possa ter sido um deles.. A desconhecida história dos judeu da Amazônia, a mais antiga comunidade judaica do Brasil.
Eles começaram a chegar do Marrocos por volta de 1810. Problemas econômicos e promessa de trabalho e riqueza feito pela propaganda estatal para atrair para a Província do Grão Pará, foram os ingredientes da mais antiga comunidade judaica ainda existente no país.
Os primeiros registros oficiais datam de 1823 quando José Benjó monta sua loja na Rua do Pelourinho (hoje, Rua 7 de Setembro).
A imigração ganhou base jurídica com a Carta Régia de 1814 do Príncipe Regente D. João que abria os portos brasileiros "a todas as nações amigas sem exceção".
Em 1824, foi fundada a primeira sinagoga na Estrada de Santo Antonio, depois transferida para a Travessa Campos Sales, próximo da Carlos Gomes. Em 1889, a segunda sinagoga Shaar Hashamaim (Porta do Céu), que funcionou em um sobrado no Largo da Trindade até mudar para a Rua Arcipreste Manoel Teodoro onde está até hoje.
Histórias a parte, esses imigrantes judeus ( junto a sírios libaneses) são os principais responsáveis pela colonização e o desenvolvimento das cidades do Pará e Maranhão.
Em grande barcos chamados batelões, criaram os "regatões". Entre Belém e o interior. Uma espécie de magazine feita em grande barcos, que vendiam ( e compravam) mercadorias manufaturadas que eram trocadas por borracha, couros de animais silvestres, castanha, copaíba e outros.
Em 1842, é criado o primeiro cemitério judeu do Brasil ( sem considerar a experiência Holandesa em Recife no sec. XVI) e um dos menores do mundo. Tem apenas 28 sepulturas e funcionou até 1915: A primeira foi do rabino Mordecai Hacohen, falecido em 1848. Necessário se torna referir o sepultamento de três pessoas no Cemitério dos Ingleses, defronte ao da Soledade. Fechado, ignorado, esquecido.
No início do século XX, metade da população de Cametá, por exemplo, era de judeus do Marrocos. A história é tão importante que segundo estudos acadêmicos, 16% da população da Amazônia tem sangue judeu. São herdeiros desta história, sendo que a maioria não sabe disso.
O filme indicado nos links no final da postagem, vencedor do Primeiro Doc Tv da TV Cultura é um dos raros registros dessa história. Na versão encontrada no Youtube está dividido em 7 partes.
Conheça esta história, preserve esta memória, quem sabe seu bisavô não participou dela. ?
Eretz Amazonia Parte 1 - http://migre.me/h1Fv5
Eretz Amazonia Parte 2 - http://migre.me/h1FvK
Eretz Amazonia Parte 3 - http://migre.me/h1Fwk
Eretz Amazonia Parte 4 - http://migre.me/h1Fxc
Eretz Amazonia Parte 5 - http://migre.me/h1Fxt
Eretz Amazonia Parte 6 - http://migre.me/h1FxF
Eretz Amazonia Parte 7 - http://migre.me/h1FxZ
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