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PATRIMÔNIO. O triste fim de um símbolo da riqueza e da cultura do Belle Epoque




Houve um tempo em que os donos de livrarias eram ricos empresários, em uma cidade onde a elite da época consumia com fervor, literatura em francês, inglês, alemão. Livreiros como Eduardo Tavares Cardoso se davam ao luxo de construir palácios de veraneio na então distante Vila de Pinheiro. Quando for novamente a Icoaraci, visite o Chalé e relembre esta história, preservando a memória de uma época.
Construído como casa de veraneio do livreiro português Eduardo Tavares Cardoso entre na passagem do século XIX para o século XX na primeira rua de Icoaraci, o velho Chalé Tavares Cardoso tinha o eclético estilo que seu dono poderia impor.
Na Belém da época, a cultura fazia a fortuna do livreiro. Duas torres e uma varanda com muitas espécies de plantas amazônica e Europeias compunham o conjunto. Mas o inusitado ainda estava por vir.
Um sistema de comportas construídas ao lado da casa, permitia que as águas do Rio Pará entrassem no terreno, formando um lago particular, o que garantia tranquilos passeios de barco aos finais de semana.
Eduardo morreu em 1935 e a filha herdeira se desfez do prédio alguns anos depois. Nos anos 70, foi elevado a categoria de biblioteca Pública Avertano Rocha. O fechamento permanente das comportas acabou por ameaçar o velho casario que resiste ao tempo.
Algo que o poder público prometeu reverter, sem muito sucesso. Na Europa, ele seria cultuado como símbolo da opulência de uma era. E você, quando for a Icoaracy, pare e contemple esta testemunha da história.
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