O dia em que uma das mais importantes escritoras do Brasil passou a morar em Belém, onde fez amigos, refletiu sobre a grande obra que viria a realizar e começou a perceber a fama e a crítica de todo um país. Foi dali, daquele pequeno quarto no Central Hotel, na então Avenida 15 de Agosto ( hoje Presidente Vargas ) que Clarice Lispector sairia para o estrelato.
Era 19 de janeiro de 1944 quando Clarice Gurgel Valente, nome de casada de Clarice Lispector ( filha de judeus da Ucrânia) mudava-se para Belém com o marido, enviado como vice-cônsul para suas novas funções. Aqui viveu seis meses.
Já escritora, vivia impaciente com a falta de ocupação, e lia caia nas mãos, como disse em carta enviada do Central Hotel, em 6 de fevereiro, ao amigo Lúcio Cardoso. Leituras que incluiam Flaubert (Madame Bovary), Rainer Maria Rilke (Cahiers de Malte Laurids Brigge) e trechos de Proust, por sugestão do professor Francisco Paulo Mendes, amigo de Belém, a exemplo de Benedito Nunes, que se tornaria um especialista em sua obra.
Enquanto trabalhava tentando dar corpo a um novo romance, escrevia para jornais, como na reportaria para A Noite a passagem de Eleanor Roosevelt, primeira-dama dos Estados Unidos, pela capital paraense.
Na foto, Clarice no largo da Pólvora, atual Praça da República, em Belém (PA), em 28.5.1944.
Foi aqui que começou a perceber o sucesso de seu primeiro romance. No dia 5 de julho, o marido era transferido para Nápoles, na Itália. O jantar de despedida de Belém foi no dia 13 deste mês no mesmo Central Hotel, para nove convidados.
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Fonte: http://claricelispectorims.com.br/Facts - Instituto Moreira Sales
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