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PATRIMÔNIO. A desconhecida história do primeiro cemitério de Belém.



A desconhecida história do primeiro cemitério de Belém. Construído em uma época que as pessoas eram enterradas nas igrejas, só foi possível em razão de um tratado de comércio internacional que abriu os portos do Brasil ao comércio com outros países. Você passa por ele sem saber da importância que teve para a Belém do século XIX

Portugal tinha dívida a ser paga com os ingleses que escoltaram a família real, na fuga para evitar a captura por Napoleão. É essa dívida que começa a ser paga com a abertura dos Portos em 1810. O tratado de Comércio e Navegação permitia, além das vantagens econômicas, privilégios aos ingleses como o de poder enterrar seus mortos, sem interferência. Coisa nova em um país com ligações tão próximas da Igreja Católica.

Os ingleses sabiam que não podiam entrar em confronto com as relações de poder em nome dessa estratégia, construíram em 1815, o primeiro cemitério de Belém em um terreno de propriedade do consulado inglês, na Rua São Vicente de Fora, hoje Serzedelo Corrêa. Eles sabiam que precisam de um campo santo porque não poderiam ser enterrados nas igrejas, como era costume na época.

O pioneirismo inglês, 35 anos da inauguração do Cemitério da Soledade, abriu caminho para que outras religiões também criassem seus cemitérios. Ao lado do cemitério protestante, surgia em 1842, 08 anos do Soledade, o Cemitério Judeu, um dos menores e entre os mais antigos do Brasil.

Hoje, o cemitério fica atrás de um gradio e quase ninguém percebe que sua existência. Mas a velha cruz segue no mesmo local, meio que escondida dos olhares e da memória desta cidade, atrás dos muros do caos urbano.

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Fonte: O cotidiano da morte e a secularização dos cemitérios na Belém do século XIX - Erika Silva / Biblioteca Ibero Americana/ Google.
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