.

.

13 DE MAIO. Uma rua marcada pela tragédia de uma data.

Você saberia dizer porque a Rua 13 de maio, na Campina, em Belém tem este nome? Se acha que homenageia a Lei Áurea e a Princesa Isabel, errou feito. Esta história tem outra origem, uma tragédia e uma data triste para o Estado do Pará...
A desconhecida história de uma rua que foi, sem nunca ter sido. Que você jura que tem a ver com a Princesa Isabel, mas os heróis são outros, Antonio Vinagre, Batista Campos, Eduardo Angelin. Você que passa todos os dias por ela, não sabe o que representa para a história do Pará. Se não fosse pelo 13 de maio, o destino desta terra poderia ter sido muito diferente.

Você que sempre acreditou que realmente a Rua 13 de maio no bairro da Campina era uma homenagem a Lei Áurea e a libertação formal dos escravos, assinada pela Princesa Isabel, vai conhecer um lado desconhecido desta data.

Entre 1835 e 1836 Belém foi o Tetro da Guerra da Cabanagem. Um levante Popular, com participação de alguns formadores de opinião que rebelou-se contra o tratamento dado a província pelo governo imperial do Rio de Janeiro, tornando-se uma das mais graves resoltas dessa época, quando o Brasil estava , efetivamente sendo formado.

A ameaça era tão séria que em 7 de janeiro de 1835, os rebeldes atacaram e tomaram Belém, a capital da província em apenas um dia. Em agosto de 1835, os rebeldes invadiram a cidade novamente. O hoje bairro da Campina foi o palco de muitas dessas lutas que se estendeu por nove dias, encerrando após a retirada das tropas legalistas da cidade.

O momento mais culminante dessa batalha foi o Embate dos Mercedários. Na época, o convento da Igreja das Mercês era um depósito de pólvora e armas, o que seria crucial para os cabanos. Durante o embate 800 cabanos morreram na ação, entre eles o líder Antônio Vinagre.

Depois da evacuação das tropas imperiais, já no ano seguinte, Belém foi sitiada e bombardeada até 13 de maio de 1836, data da expulsão definitiva dos Cabanos de Belém, quando as tropas legalistas retomaram a capital, ainda restando o fim da guerra pelo interior da província até 1840.

Guarda em uma de suas esquinas, outro patrimônio que deveria receber melhor atenção de você. O Arquivo Público, montado ali em 1901, um dos mais importantes do Brasil, que já deveria estar digitalizado, mas ainda espera por uma reforma para que volte a funcionar.

O 13 de maio da rua, marca a derrota Cabana. Um movimento que poderia ater feito do Pará um novo país, com uma história diferente do que se conhece hoje. Marca uma data trágica e um momento único da memória desta cidade, esquecida entre camelôs, comércio popular, e falta de lembranças.

Gostou? Compartilhe!
Fonte da Imagem : J.L Righini / http://bit.ly/1e57QQM
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário