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PERSONAGEM. O precioso registro de Felipe Fidanza da Belém do sec. XIX.




A desconhecida história de um homem que foi a mais importante memória de Belém por longos 30 anos. Registrou as mudanças da cidade que saiu da miséria da Cabanagem para a riqueza da borracha e no final, sumiu de um navio entre Lisboa e Belém, como se de propósito, tivesse planejado ficar eternizado em sua obra. Aqui jaz a memória de Felipe Fidanza,

O português Felipe aparece em Belém em 1867, com 20 anos. Até o final do século foi o principal fotografo e registrador da capital. Fez da fotografia um negócio lucrativo e de prestígio.

Entre 1869 a 1875, colocava tipos urbanos nunca antes registrados pela “photographia” em estúdio, com seus adereços e trajes. Buscava despertar os interesses dos colecionadores para este tipo de fotografia cartes-de-visite. Acabou por deixar para as gerações futuras, mostras de uma população marginal, que pouco ou nenhum interesse despertava para a elite local.

Mas Felipe Fidanza foi além, registrando os cenários urbanos com sua arquitetura, suas vias, seus sistemas de transporte, em um indicativo que tinha mais interesse do que apenas vender o produto. Produziu verdadeiros documentos que registram a cidade no seu cotidiano, pessoas que circulavam pelas ruas da cidade.

Teve papel fundamental na propaganda política do final do século. Era através de fotos de Fidanza, que governos como o estadual de Lauro Sodré , ou o municipal de Antônio Lemos, mostravam em livros ricamente editados no Rio de Janeiro, as obras que transformavam a Belém de então.
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Em 20 de janeiro de 1903, aos 56 anos, sumiu misteriosamente do vapor Christiania entre Lisboa e Belém. Alguns dizem que se suicidou por divergências com governantes na produção de álbuns oficiais. Outros dizem que deixou a vida para ficar na história.

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Fontes: Paisagens Urbanas: fotografia e modernidade na cidade de Belém (1846- 1908)/ ROSA CLAUDIA CERQUEIRA PEREIRA . Na fotos : tipos urbanos 1870 / Largo das Mercês 1875
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